sexta-feira, novembro 23, 2007

Esqueceu-se.

Há quem diga que as mulheres dão demasiada importância a datas ditas "especiais".

Porquê que nos sentimos tão magoadas se aquele alguém especial não se recorda do dia e hora específicos em que "nos conhecemos" / "nos beijamos pela primeira vez" / "começamos a namorar"? Ou melhor, porquê que o nosso coração estala se se esquece de comemorar essas datas cobrindo-nos com as atenções que merecemos pelo simples facto de termos acedido a "conhecê-lo" / "beijá-lo" / "namorar com ele"?

É claro que muitas mulheres dizem pouco se importar com isso, mas o certo é que nunca conheci nenhuma que não goste quando o seu companheiro lhe aparece em determinado dia do ano (o tal que elas nem se lembram) com um ramo de flores nas mãos, e nos lábios a palavra "Parabéns." (melhor ainda se a dita palavra for seguida da frase "Faz hoje xx anos que nos conhecemos/beijámos/aceitaste fazer parte minha vida, e todos os dias agradeço aos Céus terem-te colocado no meu caminho."... É lamechas, é, mas esperem até o ouvir de viva voz e depois digam-me qualquer coisa sobre o arrepio que começa na base da nuca e se estende até locais inomináveis).

É certo que, quando os aniversários ainda eram festejados sem pensar na vida a que conduziriam, quando os homens ainda eram rapazes e se coleccionavam paixões como troféus, quando as datas se comemoravam pelos meses e não pelos anos, nunca pensei neste assunto. Queria lá saber das datas, demasiado ocupada que estava a viver os dias.
Mas, com o passar do tempo (eufemismo para "estou a ficar cota":)), vai-se valorizando cada vez mais as palavras especiais (sentidas, sempre sentidas, que de - pseudo - manipuladores estou eu cheia!), os pequenos instantes de pura felicidade, o facto de as pessoas de quem gostamos se lembrarem de nós, de nos considerarem suficientemente importantes para comemorarem o dia em que entrámos nas suas vidas.

É, a mim o esquecimento incomoda-me muito. Fico sempre a pensar que, das duas uma: ou sou facilmente olvidável ou deixei de ser suficientemente importante para ser recordada. E por muito que me digam que há pessoas que esquecem, que não é por mal, que depende do feitio de cada um, etc, etc., o certo é que cada data especial que passa em branco é uma lágrima que cai, um espinho que faz doer, uma raiva assassina por mim mesma, por me recordar daqueles que teimam em me esquecer.

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