segunda-feira, junho 30, 2008

Homens com a mania


No sábado passado tive um jantar que desfez qualquer mito sobre a forma como os homens encaram o envelhecimento. Contrariamente ao que nós desejaríamos (e ao que todas as revistas femininas nos dizem), eles andam bem atentos ao que se passa nos corpos deles e, sobretudo, nos nossos.

A conversa decorria animada entre mim e um culturista (ou, pelo menos, alguém que pratica musculação religiosamente). Falávamos de corpos definidos, de ginástica, de alimentação, do Arnold Schwarznegger (um tema que me é particularmente querido) e, de repente, ele sai-se com esta pérola: “Para as mulheres é mais difícil manter a forma. Vocês envelhecem pior.”. Devido ao que só se pode justificar pelo choque de escutar tais palavras pronunciadas por uma boca masculina, ouvi-me concordar: “É, por acaso é verdade…”. Claro que depois disto, e com a habitual souplesse masculina, veio a machadada final: “Depois de terem um filho, então, o corpo nunca mais volta a ser o mesmo.”. E pronto, arrumou-me. Tive de engolir um sapo vivo, sem sal.

Claro que nós sabemos que as rugas têm bem mais piada nos homens que nas mulheres, e temos perfeita consciência que as brancas num homem o tornam mais sexy, enquanto numa mulher evocam “maturidade” (faz logo lembrar fruta a cair de podre nas árvores). E sim, também reconhecemos que a celulite foi um presente envenenado que o Criador achou por bem atribuir-nos (é este facto que me faz acreditar que Deus é uma mulher… a cabra invejosa…). Mas também hão-de dizer-me quantos homens é que andam por aí com o look do George Clooney ou do Harrison Ford. É, não sei se é dos meus olhos, mas eu costumo ver muito espécime masculino com os tais “problemas de envelhecimento”: o que não falta são barrigas incipientes a ganhar terreno aos cintos, e cabeças com meia dúzia de pêlos a tentarem desesperadamente parecer muitos.

Rai’s’parta! Eu podia e devia ter respondido. Afinal, nós podemos falar sobre isso e obcecar quanto quisermos em pensamento e conversas íntimas, eles não! É a mesma coisa que falar mal da nossa família: nós podemos, mas ai de quem tentar.

Imagem: retirada do blog http://magapatalogika.blogspot.com/

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