segunda-feira, maio 04, 2009

O dilema da lingerie

Não sei se é só comigo, se a lingerie não me favorece, mas o facto é que naqueles momentos especiais esta não parece durar mais de ½ minuto nos locais devidos. Apesar dos meus esforços de manter uma pose de diva de cinema, seminua, semi-vestida, durante pelo menos 5 minutos, as minhas peças interiores parecem ter um íman especial que as dispara em direcção ao candeeiro ou à cómoda nos primeiros 10” de qualquer encontro amoroso.

E foi por isso que comecei a ter a insidiosa suspeita de que a lingerie só agrada às mulheres. De facto, não é preciso ser um cientista aeronáutico para saber que quando um homem olha para um catálogo Victoria Secret está a apreciar tudo menos os lacinhos de seda das ligas e a qualidade dos acabamentos nos corpetes. O que me parece é que a maior parte deles acaba estrábico de tanto espreitar pelos buraquinhos do soutien de bordado inglês com que a Gisele Bunchen aparece na 3ª página do dito livrinho. Mas neste caso eles não têm escolha senão mirar e remirar, não é como se a menina se fosse materializar à sua frente. Agora connosco, suas companheiras do dia-a-dia, a coisa pia diferente. Usando uma metáfora que lhes é muito querida, para quê que eles hão-de ficar a apreciar a carroçaria de um bólide, se podem entrar e experimentar o motor?
Assim, eu confesso que fico cheia de inveja quando alguma amiga me confessa que o seu namorado/marido adooora lingerie e que exige ver uma passagem de modelos todas as noites. E porquê? Primeiro porque eu adoooro lingerie e segundo porque este tipo de macho já parece estar em vias de extinção. Apesar de tudo o que a publicidade e as revistas “especializadas” nos dizem, todos os testemunhos masculinos que tenho ouvido ultimamente apontam para o facto de eles preferirem a coisa ao natural (sem qualquer trocadilho malicioso). Quando confrontados com a pergunta “Mas então vocês não gostam de lingerie?”, a resposta parece ser “Não ligo muito.” ou então “O que eu gosto mais é de a tirar…”, seguida de uma piscadela de olho acompanhada de um sorriso de mecânico libidinoso.

Assim, e apesar de ainda existirem aqueles rapazes dados à sensualidade que apreciam um belo fio dental, o que me parece é que a maioria das mulheres anda a investir conjuntinhos minimalistas mais para si próprias, convencendo-se que será desta vez que eles vão descobrir o encanto de um cinto de ligas. É certo que a fatiota até funciona se aliada a uma escapadela fora de portas (em que eles temem ser apanhados) ou a uma experiência sensual paralela (em que eles têm de olhar sem tocar), mas no interior da alcova os senhores parecem preferir o regresso aos tempos de Adão e Eva: tudo bem visível e acessível.

Imagem: retirada do site borboletamix.com.br

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