quarta-feira, janeiro 02, 2008

Deita fora

Eu sou uma grande fã de todos os métodos que envolvam limpar os excessos que se acumulam em todas as áreas da nossa vida.
.Roupa que não usamos há mais de 1 ano? Deita fora.
.Produtos de maquilhagem e perfumes que já perderam cor e aroma? Deita fora.
.Velas, jarras e panelas arrumados no fundo de um armário há décadas? Deita fora.
.Empregos que nos constringem e reduzem enquanto pessoas? Deita fora.
.Relações que se recusam a evoluir e nos provocam melancolia? Deita fora.

É, sou mesmo uma grande fã. Concordo plenamente que há coisas que não interessam nem ao Menino Jesus e que só servem para nos prender ao passado, que há pessoas e situações que são verdadeiras âncoras no que respeita à nossa evolução profissional e pessoal. Só é pena não conseguir agir em função deste conhecimento e aplicar o dito método à minha própria vida.
Confesso que, no que diz respeito a coisas materiais, já estou bastante melhor. Quando me conheci, guardava até a chiclete mastigada por aquele alguém que calhou de me dar o meu primeiro beijo (ou fui eu que lho dei a ele? Afinal, o primeiro beijo era meu para dar…); agora já só tenho em meu poder as 332 cartas e bilhetinhos que resultaram desse momento, tudo muito arrumadinho numa caixinha do Ikea. Mas pronto, estou no bom caminho: faço uma arrumação periódica dos meus armários, selecciono o que me parece dispensável e divido tudo em 2 sacos; um deles está destinado ao lixo, outro a instituições que se encarregarão de fazer a distribuição por quem mais precisa. E pronto, lá vão partes da minha vida que sei nunca mais voltar a ver (confesso que, enquanto estaciono o carro numa qualquer ruela, estou sempre à espera que ver um antigo cachecol ou par de luvas em alguém que me grita simpaticamente “Destrosse, destrosse…Isso mesmo!”). Custa, mas não é o verdadeiro problema.

Onde o esquema parece falhar redundantemente é no que mais interessa. Aquilo que parece ser mais complicado de fazer é algo que eu, há um bom par de anos atrás, conseguia levar a cabo com alguma facilidade. Deixar para trás as situações e as pessoas que estão a sufocar a minha vida, isso é que está a ser difícil. Para ser realista, devo dizer que já ando a tentar fazê-lo há anos e… não consigo. Por uma ou outra razão, acabo sempre no mesmo sítio, a fazer a mesma coisa, a sair com as mesmas pessoas e a conviver em locais que não me interessam.

Dá para ser mais deprimente? Dá para reagir de uma vez e acabar com as queixas? Dá para pôr em prática os conselhos que se dão aos outros? Dá para deitar fora?!

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