segunda-feira, março 03, 2008

A Bimbi

De repente, comecei a ouvir falar da Bimbi em todo o lado. O que é a Bimbi? É um robot de cozinha. E o quê que a Bimbi faz? Faz tudo.
Foi o que me disseram, assim mesmo: “…põem-se os ingredientes lá dentro e ela faz tudo.”. Minada pela curiosidade (e pela desconfiança), aceitei participar de uma demonstração. No entanto, com o meu habitual pessimismo, antes de lá chegar já tinha decidido que a tal máquina só tinha interesse para quem não sabe cozinhar, que era mais uma estratégia de marketing bem montada, e que nunca, nem que também fizesse as camas e lavasse as casas de banho, eu iria dar quase 1.000 Euros por ela.

Ora bem, confesso que tive de engolir alguns dos meus preconceitos. Para além de todo o espalhafato que se gerou em torno dela (não, não faz “tudo”), a Bimbi é muito interessante e, pareceu-me, um bom investimento para quem tem grandes famílias e pouco tempo. De facto, mais do que as receitas que permite executar sem grande esforço e de forma bastante saudável, a sua principal mais-valia reside no tempo livre que disponibiliza a quem a possuir. Hoje em dia, uma pessoa sabe que o bem mais precioso é precisamente o tempo, que parece nunca chegar para fazer tudo o que queremos. Foi por aí que a máquina me conquistou. Acaba com a ideia de que cozinhar implica estar com a barriga colada no fogão, à volta com colheres, tachos e panelas. Molhos, sopas, cremes e todas aquelas mistelas que temos de mexer em lume brando até engrossarem, tudo isso é feito automaticamente, com a ajuda de um ou dois apetrechos e, principalmente, um timer que nos permite ir laurear a pevide até que estejam prontos. Muito bom, muito prático, muito tempo que se ganha.

No entanto, eu gosto de cozinhar, e a Bimbi tira algum do prazer envolvido na confecção “caseira” dos alimentos. Passado o espanto inicial provocado pelas inovações da máquina (e pelo fantástico tempo, cuja falta tanto me atormenta), não sei se apostaria na sua compra. Eu gosto do “ram-ram” da cozinha, de cortar e laminar os alimentos, do cheiro dos refogados, carregadinhos de gordura. E, sobretudo, gosto demasiado dos 1.000 Euros depositados na minha conta, disponíveis para comprar tantas outras coisas...

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