segunda-feira, setembro 15, 2008

O amor é cego.

Desde miúda que oiço a minha mãe repetir este provérbio. Isto porque eu, sendo uma pessoa bastante ligada ao mundo material, a questionava vezes sem conta sobre o facto de se verem mulheres lindíssimas com homens sem piada nenhuma (o contrário também acontece, mas é mais raro. Parece que os homens vêem um pouco melhor que nós…).

À minha interpelação “Eu não percebo o que é que a Joana anda a fazer com aquele tipo horrível!”, respondia invariavelmente a minha mãe “O amor é cego.”. Às vezes complementava com “Quem feio ama, bonito lhe parece.” ou “Gostos não se discutem.” ou “Se todos gostassem do vermelho, que seria do amarelo?” (estão a ver onde é que fui buscar o gosto pelos provérbios, certo? À fonte). Eu não ficava totalmente convencida mas, à falta de melhor, lá ia aceitando a explicação (afinal, quantas de nós já ficaram sem palavras quando, após ouvir a descrição apaixonada de uma amiga sobre o seu novo amor, o conhecemos só para verificar que não vamos conseguir responder honestamente à pergunta “Então??? O que achas???”).

Agora, aos meus 30 e poucos anos de vida, cheguei à conclusão que o amor não é só cego, é essencialmente estúpido. É que, pior que encetar relações com pessoas que consideramos mais ou menos atraentes, é mantê-las com pessoas que obviamente não nos merecem, pessoas sem carácter, sem personalidade, sem inteligência, sem empenho, o que seja. E quantos casos se conhecem assim? Dá vontade de dizer que o provérbio supracitado se explica com outro bem mais verdadeiro: “Quem vê caras não vê corações.”

Imagem: retirada do blog conversagratis.blogspot.com

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