O que eu queria viajar daqui para fora
Por volta dos meus 13 anos descobri que, com alguns trocados, era possível ir visitar aquelas terras que tanto me fascinavam nos filmes e livros. E, vai daí, não parei mais. Durante 15 anos foi um vê-se-te-avias de bilhetes de avião, reservas e câmbios; passeei imenso, diverti-me mais ainda e procurei conhecer o máximo possível de todas as culturas que visitei. Mas, aos 28 anos perdi a minha companheira de viagem (que, por razões nobres, teve de moderar o ímpeto descobridor da alma portuguesa). A partir daí fui-me acomodando e as férias foram sendo passadas sem grandes emoções, em sítios mais ou menos familiares.
Nos últimos tempos tive o prazer de recuperar o fascínio por conhecer coisas novas, por falar com pessoas diferentes, por sair do mundinho pequenino que nos espreme os horizontes. E a febre voltou a arder por baixo da pele: o que eu quero mesmo é conhecer o mundo. O mundo todo, das ilhas paradisíacas da Tailândia à loucura cosmopolita de Nova Iorque. Quero cheirar os campos de flores na Holanda e saborear um churrasco nas Pampas. Quero caminhar pelas montanhas do Tibete, enrolada num bom cobertor, e nadar entre tubarões na Nova Zelândia (ok, aqui talvez esteja a exagerar um pouco…).
Enfim, o que eu queria mesmo era matar a rotina que me está a espartilhar a alegria, a rasgar cada réstia de potencial e a anular a pessoa que gostaria de ser. Gostava imenso de acordar um dia com a coragem (e com a dose de inconsciência necessária) para largar tudo o que não interessa, pegar em tudo o que realmente me faz falta e partir. Afinal, nunca ouvi nenhum moribundo queixar-se de que devia ter passado mais tempo no escritório ou fechado em casa.
Imagem: férias Munique 2009
Etiquetas: Me myself and I
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